35ª Caminhada da Seca em homenagem às vítimas do campo de concentração da seca de 1932


No dia 12 de novembro de 2017 acontecerá em Senador Pompeu a 35ª Caminhada da Seca, que traz o tema: Caminhada ao campo santo do sertão, por uma terra sem males e pelo direito à água.

O evento acontece tradicionalmente no segundo domingo de novembro em homenagem às vítimas do campo de concentração de seca do ano de 1932. A caminhada foi idealizada pelo Pe. Albino Donat, no ano de 1982.

O campo de concentração provocou grande sofrimento e ceifou milhares de vidas de sertanejos e sertanejas, deixou marcas nas memórias de sobreviventes e no imaginário da comunidade que criou o santo coletivo, AS ALMAS DA BARRAGEM, AS ALMAS DO POVO É O SANTO DO POVO.

No dia 11 haverá programação cultural, com apresentação de teatro, exibição vídeos, debates e participação do cantor Zé Vicente, que fará apresentação na noite de sábado no Centro Pastoral.

A concentração terá início às 04:00h do domingo dia 12, na igreja matriz, em seguida a procissão segue rumo ao Cemitério da Barragem, onde será celebrada uma missa com a participação do Bispo Diocesano Dom Edson de Castro Homem.

LUGAR DE MEMÓRIA

Senador Pompeu é único município do Ceará, que mantém viva a memória do campo de concentração da seca de 1932, com o patrimônio material e imaterial.

Os casarões da barragem, edificações que inicialmente foram construídas para abrigar engenheiros ingleses responsáveis pela construção da barragem na década de 20 do século passado, cujo canteiro de obras foi usado pelo governo para a implantação do campo de concentração no ano de 1932.

O cemitério da barragem é um lugar sagrado para a comunidade, conhecido como o santuário da seca, o campo santo do sertão.

A memória está viva também no imaginário coletivo, através da devoção e fé nas almas da barragem, tornando a caminhada da seca um patrimônio imaterial de cunho religioso e histórico.

CAMINHAR E REFLETIR

Todo ano é apresentado um tema, este ano traz a reflexão sobre os tantos males que ainda afetam os povos do Semiárido e também a questão do acesso à água que continua sendo um problema.

Mesmo depois dos 85 anos do campo de concentração, o Semiárido ainda enfrenta problemas históricos relacionados ao fenômeno natural da seca, por falta de políticas adequadas à convivência.

Embora diante das conquistas adquiridas com a luta constante, ainda há muito que se conquistar.

Os males que criaram o campo de concentração de 1932, são males que continuam segregando, violando e negando direitos, historicamente perpetuados pelas estruturas políticas e de poder. 

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