CDDH-AC - 33 ANOS DE LUTA PELA VIDA

12 de dezembro de 2016, o Centro de Defesa dos Direitos Humanos Antônio Conselheiro - CDDH-AC comemora 33 anos de luta pela vida, contra a violência. Nasceu do ideal do Padre Italiano Albino Donati, de lutar em defesa dos oprimidos.

Foi constituído para garantir os direitos de agricultores e agricultoras que moravam às margens do rio Patu, que teriam suas terras e benfeitorias inundadas, em virtude da construção da barragem do Patu no início dos anos 80, pois tiveram que desocupar as terras sem a garantia de indenização justa. Foi através da organização e muita luta com a liderança de Pe. Albino Donatti, com o Centro de Defesa dos Direitos Humanos Antônio Conselheiro que as comunidades se mobilizaram para a garantia de direitos.

Padre Albino reuniu o povo das comunidades, garantiu acessória jurídica, por vezes parou as máquinas, realizando atos públicos no canteiro de obras, realizou também atos públicos na sede do DNOCS em Fortaleza. Depois de muita luta, os moradores conquistaram o direito às indenizações, para a construção de novas casas em terras altas, para se estabelecerem e retomarem suas vidas.

Foi o início da caminhada marcada por manifestações, enfretamento das estruturas de poder que imperavam no município de Senador Pompeu, ainda no período da ditadura civil militar. Esse enfrentamento conduzido pelo Padre Albino inicialmente, que ganhou adesão de diversos movimentos sociais, dos bairros e das comunidades rurais, foi um divisor de águas para a história de Senador Pompeu.

Segundo Ananias Alves Barbosa, sócio do Centro de Defesa desde a sua fundação, outra luta que marcou a caminhada CDDH-AC foi a luta em defesa das servidoras e servidores públicos da região, que até então tinham os seus direitos violados.

Nos anos 90, o marco da atuação do CDDH-AC foi a formação para a cidadania, capacitações de lideranças comunitárias e sindicais, segundo Antônio Francisco de Lima, “nessa época também foi dado os primeiros passos para a criação do Fórum Cearense Pela Vida no Semiárido e a Articulação Semiárido Brasileiro – ASA Brasil”.

Segundo Marta Sousa, que está no CDDH-AC desde a sua fundação e participou ativamente de todas as lutas ao longo dos 33 anos, “o Centro de Defesa nasceu com a missão de promover os direitos humanos, de dar respaldo à luta dos trabalhadores e trabalhadoras. Tem sido ao longo desses anos esse instrumento, a voz que não se cala, que tem enfrentado dificuldades e desafios, mas que continua firme em seu propósito”.

Para Antônio Francisco de Lima, todas as lutas da primeira e segunda década permanecem e foram fortalecidas ao longo da terceira década de existência do Centro de Defesa, tendo como marco a questão da convivência com o Semiárido através da implantação de tecnologias sociais que garantem o direito ao acesso à água, produção agroecológica para gerar renda e a garantia da soberania alimentar das famílias do Semiárido. “O Centro de Defesa é hoje o que tem sido sempre, é um reflexo das lutas do passado que se materializa com a efetivação de direitos no presente”, enfatiza.

Segundo Marta Sousa, outra luta importante foi contra a tortura nos presídios da região e ações violetas das polícias. “O Centro de Defesa sempre esteve junto à Pastoral Carcerária na garantia dos direitos dos detentos e seus familiares na região”. Outro marco importante foi a luta pelo direito ao transporte para os universitários que estudavam em Quixadá. “A atuação do centro de defesa é ampla e diversifica. Lutar pela vida compreende a garantia dos direitos humanos fundamentais em todas as suas instâncias que culmina na luta contra a violência em suas diversas faces”, afirma Marta.

O Centro de Defesa sempre esteve à frente de lutas e reivindicação históricas em Senador Pompeu e na região. Desde o início com a defesa pelos direitos das funcionárias e funcionários públicos; em defesa das famílias impactadas pela construção da barragem do Patu; na luta pela posse terra para viver e produzir; na mobilização e organização sindical e comunitária bem como a formação de lideranças dessas entidades; defesa das agricultoras e agricultores impactados nos períodos longos de estiagem, vítimas da falta de políticas públicas para a convivência com o Semiárido; luta por políticas públicas para a promoção humana; contra a violência em suas diversas formas; educação de qualidade e em defesa do meio ambiente.

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