A brisa leve do amanhecer anunciou a chegada dos anjos. Era a hora do
missionário ser arrebatado e levado ao templo do Pai. Um momento sublime da
existência, o adeus irradiante de alegria que emana dor e tristeza nas almas
materializadas dos que ficam.
Não é fácil aceitar o
momento da partida, não é compreensível a dinâmica da vida diante a imensidão
do universo. Nascer, viver e morrer, é a lógica universal. Mas o que está além
dessa lógica material que margeia o universo compreensível? Talvez os passos,
os caminhos construídos ao longo da existência material, definam melhor o que
está além. A nossa tristeza, as lágrimas derramadas são frutos do amor que
devotamos e refletem a alegria da existência maravilhosa entre nós.
Pe. Albino Donatti foi para
o além da vida material, mas a sua luz espiritual permanece em nosso meio, nos
frutos da sua caminhada, nas palavras proféticas, na luta contra as injustiças,
na defesa dos oprimidos. O padre humanista, sonhador, idealizador e
realizador, de fé e coragem sem limites. O missionário do sertão, que
buscou no Evangelho o caminho para a libertação do seu povo, para a construção
do Reino de Deus na Terra.
Doar a vida pelos oprimidos
foi sua grande prova de amor a Deus e ao próximo. Somos gratos pela sua
existência entre nós, pelas sementes que aqui vieste semear, pelos
ensinamentos, pelas lutas, pelas conquistas, pela coragem de enfrentar os
poderosos opressores, por nos mostrar a força das comunidades unidades em busca
de seus direitos.
Temos a obrigação e o dever
de continuar sua caminhada, pois somos frutos de tuas sementes que brotaram.
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