CDDH-AC realizou intercâmbio interestadual em Pedro II - Piauí

Fram Paulo - Comunicador Popular da ASA
Pedro II / PI
05/04/2014

Nos dias 04 e 05 de abril de 2014, um grupo formado por agricultores e agricultoras dos municípios de Piquet Carneiro, Mombaça e Pedra Branca (CE), beneficiários do Programa Uma Terra e Duas Águas da Articulação Semiárido Brasileiro (ASA), através Centro de Defesa dos Direitos Humanos Antônio Conselheiro (CDDH-AC) participaram de uma visita de intercâmbio de experiências no município de Pedro II (PI), para conhecer a experiência da Roça Orgânica.

O grupo foi acolhido na sede da Ecoescola Tomas a Kempis, mantida pela ONG Centro de Formação Mandacaru, que funciona em uma propriedade a pouco mais de 2 km da sede do município e atende cerca de 100 crianças que além da educação formal, vivenciam a experiência de educação contextualizada.

Para conhecer a experiência da Roça Orgânica, o grupo foi guiado pelos jovens Raimundo e Djavan, ambos foram alunos da Ecoescola e hoje são técnicos responsáveis pela experiência. Os jovens demonstraram o processo de produção de composto orgânico, a horta coberta, canteiro de plantas medicinais, viveiro de mudas, criação de galinhas e apresentou também a unidade de produção onde se utiliza o modelo agroecológico e o tradicional lado a lado.

Luiz Eduardo, técnico do CDDH-AC, que acompanhou o intercâmbio, fez observações chamando a atenção dos participantes para as diferenças existentes entre os dois sistemas de produção. “Vejam que na roça cultivada de forma tradicional as plantas são irregulares, com folhagem amarelada ao contrário do sistema agroecológico, que a plantação tem mais vida. Então o intercâmbio é importante, pois demonstra na prática que a agroecologia dá certo e é um sistema adequado ao clima do Semiárido”, enfatizou Eduardo.

No segundo dia o grupo visitou a experiência da Roça Orgânica do Senhor Raimundo Moreira Oliveira e Maria da Conceição. Na propriedade de 80 hectares, o casal de agricultores criou um sistema alternativo de produção orgânica sem fazer uso de agrotóxicos nem queimadas, com incentivo da filha que é professora da Ecoescola e com apoio do Centro de Formação Mandacaru.

Foi mais um momento de interação, vivência e aprendizado para os agricultores e agricultoras que estiveram sempre atentos e atentas despertando a curiosidade, como no caso do agricultor Antônio Carlos, Presidente da Associação dos Trabalhadores Rurais de Carnaúba - Piquet Carneiro, “muito importante esse intercâmbio, porque a gente aprende vendo, se alguém fala, a gente fica duvidando, mas vendo na prática é diferente. Eu vou começar por mim e tentar levar meu pai por esse caminho, porque primeiramente você tem que arrumar sua casa, para depois cobrar dos outros. Quando eu tiver trabalhando no sistema agroecológico e os outros virem que dá certo, aí eles vão querer”, declara Antônio Carlos.

Na avaliação do grupo, o intercâmbio foi muito proveitoso, por conta da troca de experiências, fazendo com que agricultores e agricultoras que plantam de forma tradicional possam conhecer na prática como funciona o sistema agroecológico e assim promover a sensibilização para a prática da agroecologia.