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Uma das casas destruídas foi a de Raimundo Pompílio Gomes, de 74 anos, que ao voltar para casa com a esposa foi surpreendido com o seu lar transformado em escombros. Durante a abertura do Encontro, Raimundo deu seu depoimento sobre o ato covarde: “Nasci e me criei nessa terra e nunca ouvi falar de dono. Eu acho que isso é uma covardia. Isso aqui é nosso, não é de ninguém. É nosso”. O ato de abertura contou também com a presença da ambientalista Soraya Tupinambá, que ressaltou a importância de externar a solidariedade e o desejo por justiça social. Em sua contribuição durante esse momento do Encontro, Soraya, lembrou que a tragédia ocorrida na comunidade também acontece no litoral cearense vitimado pelo mesmo “desenvolvimento” nos moldes do capital: “Por que essas seis casas foram destruídas? Para dar lugar a um parque eólico que se coloca como “energia limpa”, mas, na verdade, é uma energia suja porque está expropriando famílias, destruindo patrimônio histórico e ambiental. É uma energia limpa chegando de maneira suja”. O ato de solidariedade foi realizado em frente aos escombros da casa de Raimundo onde, já ao anoitecer, todos os participantes deram as mãos formando uma grande ciranda. O gesto foi para mostrar que, abraçando a história dessa comunidade, as lutas que se travam diariamente estão conectadas. Cristina Nascimento, integrante da coordenação do Fórum Cearense pela Vida no Semiárido (FCVSA), ao se referir à destruição das casas afirmou: “A luta é todo dia. Quantos foram chamados de vândalos pela Rede Globo?! Mas vandalismo é isso aqui”. A abertura do Encontro terminou com a grande ciranda que, de mãos dadas, ecoava: “É no Semiárido que a vida pulsa. É no Semiárido que o povo resiste! | |||
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